O MILAGRE DE SANTO ANTONIO EM PIANCÓ
Resolvi contar algumas histórias acontecidas durante os mais de 20 anos convividos com meu amigo Antonio Freires de Souza, (Freires) na cidade de João Pessoa.
Uma das primeiras sem dúvidas foi o milagre de SANTO ANTÔNIO. Era 10 de junho de 1974, época em que todos os jovens tinham o dever de ir à festa de SANTO ANTÔNIO, mesmo porque, era um acontecimento onde todos se encontravam para por o assunto em dia, rever namoradas, puxar saco de políticos, etc.
Só eu e Freires não tínhamos dinheiro para tão sonhada viagem, mas mesmo assim, resolvemos dar um jeito de ir daqui pra lá já que, nosso conhecimento em João Pessoa era bem maior para conseguir alguns trocados, e isso foi feito. Conseguimos dinheiro suficiente para chegar em Piancó e para mais ou menos dois dias de farra. Já no último dia de festa alisamos, literalmente, ao ponto, de não ter dinheiro para a passagem de volta.
Daí estávamos na Praça Salviano Leite, completamente desiludidos, quando, de repente, Freires é chamado por Zezé Macena em particular, que quer lhe dar um pacote e, em seguida, desaparece. Foi quando Freires me chamou e falou:
- SANTO ANTONIO acabou de fazer um milagre.
Eu perguntei:
- O que aconteceu.
Ele respondeu:
- Zezé me deu duzentos contos pra levar pra João Pessoa pra dona Toinha fazer a feira e pagar alguns compromissos.
Eu respondi:
- E daí?
Ele falou:
- Em João Pessoa, eu me viro e você vai cumprir uma missão.
Fiquei pensando qual seria tal missão. Farramos muito com o dinheiro de Zezé e, ao chegar em João Pessoa, ele me obrigou a ir até a Caixa Econômica penhorar uma corrente de ouro e um relógio dele. Fiz com vergonha, pois era uma segunda-feira, e eu não tinha hábito de ir até aquele local. Recebi mais do que precisávamos. Fomos de táxi levar o dinheiro na casa de dona Toinha, e, quando voltávamos, FREIRES falou:
- Foi ou não um milagre de SANTO ANTÔNIO?
Tavinho Sá Leitão