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O Chile há muito deixou de ser o país "tigre" da América Latina e vem se comportando como uma "tartaruga"

Publicada em 28/04/25 às 12:11h - 13 visualizações

por Autor: Eratóstenes Edson Ramalho de Araújo


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 (Foto: Autor: Eratóstenes Edson Ramalho de Araújo )










 Gabriel Boric presidente do Chile esteve em Brasília nesta última semana. para marcar o Dia da Amizade entre os dois países. 22 de abril é a data em que as relações entre Brasil e Chile foram estabelecidas, em 1836.

    A visita nos fez lembrar o que disse Boric sobre o liberalismo durante sua campanha eleitoral: "Se o Chile foi o auge do neoliberalismo na América Latina, também será seu cemitério". Imediatamente se fizeram previsões sobre a futura derrocada do Chile. Não foram precisos mais do que seus três primeiros anos de governo: 2022-2024.

    A previsão de cemitério se confirmou. O Chile foi o único país sul-americano que participava, desde 2010, da OECD, conhecida como "clube dos países ricos" por ser composta por algumas das economias mais avançadas do mundo. As previsões em 2017/2018 era de que o Chile deixaria a categoria de país emergente durante a atual década. Não foi o que aconteceu. Decorridos apenas três anos de mandato do presidente Boric, a situação econômica anterior se inverteu.

    A S&P recentemente rebaixou sua perspectiva de classificação para o Chile para “negativa” devido ao fraco consenso político no país, o que está atrasando a aprovação de políticas públicas que impulsionariam o crescimento e fortaleceriam sua posição fiscal. A mudança é marginal porque o Chile ainda mantém sua ótima classificação “A”, a segunda mais alta concedida a um país na América Latina e no Caribe. O que a mudança de perspectiva reflete é o risco maior de que o atraso em chegar a um consenso sobre aspectos-chave da agenda política e econômica do país se traduza em desempenho econômico e perspectivas piores do que o esperado pelo S&P.

    Segundo analistas de mercado, a agência de classificação está absolutamente certa, porque parece que o Chile está preso em um processo pendular entre mudanças para a esquerda e depois para a direita no espectro ideológico, cujo efeito prejudicial é adiar reformas sensatas e desencorajar o investimento privado, afetando o desempenho econômico e social. O Chile há muito deixou de ser o país "tigre" da América Latina e vem se comportando como uma "tartaruga".

    A atual estagnação econômica reflete uma desaceleração no crescimento da produtividade do trabalho e do investimento em novos empreendimentos, tecnologia de ponta e recursos humanos bem treinados. 

    Arturo Porzecanski, pesquisador do Centro de Estudos Latino-Americanos da American University e membro do Woodrow Wilson International Center for Scholars, ambos em Washington, D.C. citou alguns exemplos de coisas importantes que impediram o progresso: 

  • a "permissividade" que sufocou, e até afogou, tantos projetos que deveriam ter sido uma prioridade; 
  • o modelo estatista em relação à promissora indústria do lítio e o atraso imperdoável na promoção da indústria do hidrogênio verde;
  • o poder excessivo dos sindicatos na Codelco e no resto do setor de mineração, que aumentaram excessivamente os custos trabalhistas naquele setor; 
  • a reforma da educação pública que ironicamente levou à degradação de sua qualidade e que ainda não ensina inglês para crianças desde cedo; e 
  • a falta de ações eficientes para impedir o aumento da corrupção e o aumento explosivo do crime organizado e do crime comum.
    Será que durante a conversa entre os dois presidentes, do Brasil e do Chile, se repetiu a afirmação de que a América Latina será o cemitério do neoliberalismo? De uma coisa se tem certeza: as pautas importantes que impedem o progresso, citadas pelo Arturo Porzecanski, são comuns aos dois países.



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