Nos últimos dias, uma revelação ao vivo feita por uma jornalista da TV Globo acendeu o debate sobre a imparcialidade da imprensa e a conduta de membros do Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo a declaração da repórter, um ministro da Suprema Corte teria enviado, por meio do WhatsApp, sugestões de perguntas a serem feitas durante uma entrevista. A denúncia, embora feita com naturalidade pela própria jornalista, soou como um escândalo para muitos que acompanharam a cena.
Durante uma cobertura jornalística ao vivo, a repórter revelou que recebeu uma “sugestão de pergunta” vinda diretamente de um ministro do STF. A reação dos colegas presentes e de parte do público foi de espanto. A confissão indicava algo muito além de um simples comentário: tratava-se de uma demonstração explícita de colaboração entre a imprensa e uma das mais altas instâncias do Judiciário brasileiro.
O termo usado para se referir à pergunta enviada – “cola” – remete imediatamente a uma prática que, em qualquer outro contexto, seria vista como antiética. O fato de um magistrado influenciar diretamente a pauta de uma emissora, especialmente uma de grande alcance como a Globo, levanta sérias dúvidas sobre a independência jornalística e a isenção institucional.
O mais chocante, talvez, tenha sido o tom de normalidade com que a jornalista tratou o episódio. A forma como a “dica” foi mencionada ao vivo deixou transparecer que essa não foi uma exceção, mas sim uma prática que ocorre com frequência. Colegas que acompanhavam a transmissão não demonstraram surpresa – o que sugere que esse tipo de interferência já faz parte dos bastidores há algum tempo.