Não é como se o mercado estivesse cobrando caro por incerteza. Muito pelo contrário: nesse tipo de consignado, se o trabalhador não paga, o banco vai lá e pega direto do seu FGTS. Segurança total para a instituição financeira. Mas os juros? De livre mercado selvagem.
Para comparação:
Servidor público paga cerca de 24,2% ao ano no consignado.
Aposentado do INSS: 23,2%.
Trabalhador do setor privado: de 48,9% a 89%.
Mesmo com garantia sólida em caixa, o setor privado paga o dobro ou até o triplo de quem tem estabilidade no cargo — uma distorção que levanta uma pergunta incômoda: é ajuda ou exploração oficializada?
Segundo dados do Banco Central, o crédito pessoal comum teve juro médio de 45,6% ao ano em janeiro de 2025. Ou seja, o consignado com FGTS — mesmo com risco zero — é mais caro que o crédito sem garantia nenhuma. Isso não é mercado. É um esquema institucionalizado de transferência de renda do trabalhador para o sistema financeiro.
Hora Brasilia