Uma das grandes questões no Brasil é o crime organizado que atinge vastos setores da população na forma de extorsão, usura, tráfico de drogas e de pessoas e tantos males que prejudicam muitas pessoas inocentes e o tecido social. Uma outra questão é que o Estado, com raras exceções, o Rio não é uma delas, não tem conseguido ver com clareza esta situação que, segundo os dados disponíveis, vai de mal a pior. E parece que só se contentam com uma ou outra conquista policial que costuma aparecer com grandes manchetes nos noticiários. A questão subjacente é que enfrentamos uma emergência nacional que requer outros métodos para a resolver. Face à realidade que nos aflige, as atuais políticas públicas de enfrentamento ao crime organizado, e tudo o que isso implica, são insuficientes.
Isso gera na população um sentimento de desamparo que paralisa a vida dos brasileiros e de centenas de milhares de trabalhadores. Esta situação requer métodos de diagnóstico e métodos de ação mais eficazes ao nível do inimigo que está a ser enfrentado em todo o Brasil. E isto deve ser agora porque esta é uma batalha que o País está a perder. Na verdade, os crimes traiçoeiros que vemos todos os dias, neste momento, parecem ser apenas mais uma notícia. Esse fato, além de causar mortes, dor e sofrimento, traz consigo diversos problemas. A primeira é que a população começa a sentir um sentimento de orfandade muito grande, dado que quem tem o dever de cuidar deles não o faz. Aqueles que têm recursos econômicos procurarão meios para se protegerem e/ou deixarem o País, mas os mais pobres serão os mais prejudicados porque não têm esses recursos. O que é pior, as pessoas e as comunidades começarão a defender-se e a fazer justiça para si: já estamos a assistir à autoproteção e as consequências serão desastrosas.
Além disso, a democracia começou a enfraquecer porque, como já se viu a corrupção já penetrou na sociedade e corroendo todas as entidades encarregadas de atacá-la. Um futuro pra lá de sombrio. Desconfiar das instituições que têm o mandato constitucional de nos defender seria um grande enfraquecimento do Estado de Direito que nos rege e que nos permite cumprir os nossos deveres, mas também faz valer os nossos direitos.
Seria desejável, se não imperativo, que todas as forças do País se unissem de forma clara e inequívoca para pôr fim ao crime organizado. É um dever moral porque o que está em jogo é o futuro da Nação. Isto envolve muita coragem e decisões complexas, mas que devem ser executadas. É hora de colocar na agenda de todos, sem exceção, devolver a tranquilidade à população. Não será possível que nas próximas eleições o comando seja entregue a alguém que viola sistematicamente a felicidade e direitos dos cidadãos brasileiros.