Os motoristas vivem como a maioria dos cubanos: suportando longos cortes de energia, enfrentando filas em supermercados mal abastecidos e vendo seus amigos, familiares e vizinhos — cansados de tantas dificuldades — fazendo as malas e indo embora.
Há 10 anos, o presidente Barack Obama surpreendeu o mundo ao restabelecer as relações diplomáticas com Cuba, encerrando mais de 50 anos de distanciamento da Guerra Fria entre os Estados Unidos e um país com o qual esteve à beira de uma guerra nuclear.
Durante dois anos e meio, Cuba viveu um grande entusiasmo, no meio de uma onda de investimentos e turismo, impulsionada pelos acordos firmados com grandes empresas norte-americanas como Google, AT&T e as Grandes Ligas de Beisebol.
No entanto, uma implosão financeira causada por uma série de fatores — o endurecimento das políticas dos Estados Unidos pelo governo de Donald Trump, a má gestão da economia cubana e o impacto devastador da pandemia de COVID-19 — afastou os visitantes e desencadeou um êxodo migratório de proporções épicas.
O turismo, que foi um elemento vital da economia de Cuba, desabou, com uma queda de quase 50% desde 2017, e as novas regulamentações de vistos dos Estados Unidos tornaram ainda mais difícil a visitação, mesmo para europeus.
“A comparação é como o dia e a noite”, disse Luis Manuel Pérez, que trabalha como motorista.
Gazeta Brasil