Segundo publicação do jornal O Globo, as empresas estatais controladas pela União e pelos estados registraram um déficit de R$ 7,2 bilhões entre janeiro e agosto deste ano, segundo o relatório de estatísticas fiscais do Banco Central (BC). Este é o maior déficit registrado desde o início da série histórica, em 2002, refletindo um agravamento nas contas dessas empresas, que estão gastando mais do que arrecadam.
O déficit está dividido entre as estatais federais, que acumulam um rombo de R$ 3,3 bilhões, e as estatais estaduais, que registraram um déficit de R$ 3,8 bilhões. Esses números excluem empresas dos grupos Petrobras e as instituições financeiras, como Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, que não fazem parte dessa contabilidade.
As estatais federais, que são controladas diretamente pelo governo federal, incluem aquelas que dependem de aportes do Tesouro Nacional, como a Embrapa (dedicada à pesquisa agropecuária), a Codevasf (voltada para obras de desenvolvimento regional) e a Conab (responsável pela gestão de estoques públicos de produtos agrícolas). Essas empresas estão dentro do Orçamento e sujeitas às regras do arcabouço fiscal.
Esse resultado vem em um momento em que o governo discute a reestruturação dos gastos públicos, com a equipe econômica, liderada pelos ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e do Planejamento, Simone Tebet, buscando maneiras de reduzir a dependência das estatais em relação ao Tesouro Nacional. Um projeto de lei apresentado ao Congresso em outubro propôs novas regras orçamentárias para essas empresas, com o objetivo de incentivar que elas operem de maneira mais sustentável e se tornem financeiramente independentes.