Nós, cristãos, não partilhamos apenas uma história com o povo hebraico. Somos, de facto, produtos dessa mesma história. Desde a terra bíblica de Israel, passando pelo Antigo Testamento, pelo monoteísmo, por um profeta judeu e pelos Dez Mandamentos, a nossa ligação espiritual e cultural com Israel é profunda e intrínseca. Dois milénios mais tarde, a perseguição racial mais horrenda da história, que culminou com o extermínio de 6 milhões de judeus europeus, veio reforçar o vínculo de amizade entre o Ocidente e o çpovo judeu, que se transformou numa parceria estratégica e num compromisso comum com a segurança e os valores democráticos.
Contudo, a opressão dos judeus não começou nem terminou com a Shoah. Desde 587 AC, quando invasores da Babilónia incendiaram Jerusalém e destruíram o Templo de Salomão, que o povo judeu anseia por um regresso pacífico à sua terra. Desde o dia da sua fundação, em 1948, Israel tem lutado diariamente pela sua sobrevivência, tanto militar como diplomaticamente. Após três grandes guerras, Israel conseguiu pacificar as relações com alguns vizinhos árabes, como o Egipto, a Jordânia e, mais recentemente, os Emirados Árabes Unidos e o Bahrain, por intermédio dos Acordos de Abraão de 2020. No entanto, cerca de 15% dos membros da ONU ainda não reconhecem formalmente o estado de Israel, com o Irão a encabeçar o bloco de inimigos. Para o regime iraniano, Israel é mesmo “um tumor que deve ser removido”.