Em 19 de setembro de 1956, o governo dava um grande passo rumo à transferência da capital federal. Juscelino Kubitschek sancionava a lei que autorizava a construção de Brasília e a criação da NOVACAP, órgão do governo responsável pela execução das obras. Israel Pinheiro esteve à frente da Novacap. Ele renunciou ao mandato de deputado federal para assumir a liderança da estatal. Começaria ali as várias idas e vindas de Juscelino Kubitschek para Goiás. A Lei 2874 trazia a localização onde seria erguida a nova capital do Brasil:
“Começa no ponto da Lat. 15º 30’S e long. 48º 12’W. Green. Desse ponto, segue para leste pelo paralelo de 15º 30’S até encontrar o meridiano de 47º e 25’W. Green. Desse ponto segue o mesmo meridiano de 47º e 25’W. Green, para o sul até o Talweg do Córrego de S. Rita, afluente da margem direita do Rio Preto. Daí pelo Talweg do citado córrego S. Rita, até a confluência deste com o Rio Preto, logo a jusante da Lagoa Feia. Da confluência do córrego S. Rita com o Rio Preto, segue pelo Talweg deste último, na direção sul, até cruzar o paralelo de 16º 03’S. Daí, pelo paralelo 16º 03′ na direção Oeste, até encontrar o Talweg do Rio Descoberto. Daí para o norte, pelo Talweg do Rio Descoberto, até encontrar o meridiano de 48º 12’W. Green. Daí para o Norte pelo meridiano de 48º 12’W. Green, até encontrar o paralelo de 15º 30′ Sul, fechando o perímetro.”
A Revista Manchete do dia 13 de outubro de 1956 trouxe a notícia sobre a aprovação da lei. “JK afirmou que dentro de três anos e dez meses já as crianças aprenderão nas escolas: ‘Brasil, capital, Brasília’. As primeiras barracas da construção estarão erguidas na próxima semana.” Era o começo da mudança da capital federal. Não tinha mais como voltar atrás. De 1956 até 1960, a poeira sairia do chão do Planalto Central, um monte de gente chegando para trabalhar. O Plano Piloto de Lucio Costa e as curvas de Oscar Niemeyer sairiam da maquete para virar realidade. Se o sertão não virou mar, iria virar Lago Paranoá.