Segundo essa lei, qualquer alteração na letra ou no arranjo vocal do hino nacional é proibida e o descumprimento pode acarretar multas, que são agravadas em casos de reincidência. Diante dessas críticas, Boulos se pronunciou defendendo a inclusão da linguagem neutra como um gesto de respeito à diversidade e à identidade de gênero de todos os brasileiros.
O uso da linguagem neutra é um tema que frequentemente divide opiniões. Muitos veem a linguagem neutra como uma forma de inclusão, especialmente para pessoas não-binárias que não se identificam com os gêneros masculino ou feminino. Porém, outros acreditam que essa mudança desrespeita tradições e marcos culturais importantes, como o hino nacional.
Durante o comício, Boulos fez questão de abordar a importância de um discurso inclusivo: “Adaptar o hino nacional é uma maneira de mostrar que estamos atentos à realidade de todos. Respeitar é mais do que seguir normas, é acolher.” Contudo, as críticas não se limitaram à questão do hino. Muitos internautas também questionaram a legalidade dessa ação.
A Lei nº 5.700/1971 estabelece normas rigorosas para a execução do hino nacional brasileiro. Entre as exigências, a lei afirma que o hino deve ser executado integralmente e sem nenhum tipo de alteração na letra ou arranjo. Além disso, todos os presentes devem posicionar-se de maneira respeitosa durante sua execução.
O artigo 30 dessa lei ainda veda expressamente “a execução de quaisquer arranjos vocais do hino nacional”. As penalidades para o descumprimento podem incluir multas, e se a infração for reincidente, a penalidade é agravada.
Boulos, ao lado de Lula e Marta Suplicy, afirmou que as críticas fazem parte de uma tentativa de desestabilizar seu movimento, que busca modernizar e diversificar a política local. Segundo Boulos, a inclusão e o respeito às minorias são pilares fundamentais de sua candidatura.
Aproveitando o comício, Boulos criticou seus adversários na disputa pela prefeitura de São Paulo, nomeando especificamente o atual prefeito Ricardo Nunes (MDB) e o candidato Pablo Marçal (PRTB) como “duas faces do bolsonarismo”.
Boulos chamou a atenção para a necessidade de derrotar esses oponentes, da mesma forma que, segundo ele, a sociedade brasileira derrotou Jair Bolsonaro há dois anos. Essa retórica visa mobilizar eleitores jovens e progressistas que acompanharam as eleições presidenciais de 2022.
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