De acordo com as regras do programa, o titular do contrato deve residir no imóvel enquanto durar o financiamento ou transferir a dívida antes da entrega das chaves. A Caixa Econômica Federal informou que ceder o imóvel informalmente, sem transferência, pode ser considerado “descumprimento contratual”, resultando na “devolução integral do subsídio concedido”.

A assessoria de Boulos afirma que Solange sempre viveu no imóvel e pagava as parcelas de R$ 35. No entanto, o UOL solicitou provas da tentativa de transferência, mas nem a assessoria de Boulos nem o MTST forneceram a documentação. Em email de 2017, Natalia manifestou à Caixa sua intenção de formalizar a doação do imóvel, mas a resposta do banco foi inconclusiva, e o processo não foi concluído.

Natalia foi contemplada pelo programa Minha Casa, Minha Vida em 2013, após comprovar renda de R$ 700, e se enquadrou na faixa 1 do programa, pagando 120 parcelas de R$ 35 por um apartamento que valia R$ 75 mil na época. Atualmente, o imóvel está avaliado em mais de R$ 130 mil.

O imóvel de Natalia faz parte do condomínio João Cândido A, projeto, financiado pela modalidade Minha Casa, Minha Vida Entidades, atendeu famílias de ocupações organizadas pelo movimento. O apartamento de 55 m² foi um dos exemplos de sucesso do MTST, apesar de nunca ter sido mencionado por Boulos em sua trajetória política.

Guilherme Boulos, que cresceu no bairro nobre de Pinheiros, zona oeste de São Paulo, iniciou sua campanha à Prefeitura na última sexta-feira (16) em sua casa no Campo Limpo, região onde reside desde dezembro de 2013. Segundo o parlamentar, ele escolheu morar no bairro por ser a área onde Natalia nasceu e cresceu.

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