Aquele que tem coração para os míseros

E vamos para a quarta Bem-aventurança nesta quinta-feira, 18 de julho de 2024, aqui no Blog do Saber. Bem-aventurados os misericordiosos porque alcançarão misericordia. Misericordioso é aquele que tem coração para os míseros. Aqueles que demonstram misericórdia não a que recebem dos homens a quem ajudaram, mas sim de Deus. O divino amor é a raiz da verdadeira caridade humana, e dela brota sem parar.

Não basta fazer o bem é preciso ser bom

Jesus disse: Não basta fazer o bem (dar objetos), mas é necessário também ser bom (dar o sujeito). Fazer o bem está intrinseco no segundo mandamento: “amarás o teu próximo como a ti mesmo. Já ser bom é a atitude do primeiro e maior de todos os mandamentos: “amarás o senhor teu Deus de todo o teu coração, com toda a tua alma, com toda a tua mente e com todas as tuas forças”.

Alguém pode até fazer o bem sem ser bom. Por exemplo: o político que faz uma doação de cadeiras de rodas para uma determinada ONG em prol de deficientes físicos. Normalmente existe uma segunda intenção por trás dessa doação, que seria angariar votos para sua próxima eleição. Então, esse bem é apenas um objeto. Entretanto, ninguém pode ser bom sem fazer o bem, porque esse “ser bom“é o próprio sujeito. Não são os efeitos que produzem a causa, mas é a causa que produz os efeitos, ou seja, não são os objetos, “o fazer bem“, que produzem o sujeito, mas o “ser bom“, que produz o “fazer bem“.

A misericórdia é divina e não dos homens

Portanto, repetindo mais uma vez, aqueles que demonstram misericórdia não a recebem dos homens a quem ajudaram, mas sim de Deus. A misericórdia que eles oferecem aos seus semelhantes não é a causa, mas sim a condição para receberem a misericórdia divina. Ninguém pode merecer causalmente uma dádiva divina; tudo o que é espiritual e divino é essencialmente gratuito, porque é graça. No entanto, é necessário que o homem crie dentro de si um ambiente propício para que essa dádiva gratuita lhe seja merecida e concedida; esse ambiente propício, ou essa receptividade, é a condição, mas em hipótese alguma é a causa.

O caminho: ser bom e preticar o bem

Então, meus queridos, comecem logo, o quanto antes a ser bom praticando o bem. Quando você pratica isso com regularidade, mesmo que tenha começado como o político, que o faz pensando nos votos futuros que vão reelegê-lo,já deu o primeiro pontapé. Aos poucos, se você tem a cosnciência que não precisa esperar nada em troca porque a Lei Universal do retorno ou causa e efeito é infalível, você para de esperar. Sendo assim, quando isso acontece, significa que você passou a “ser bom“, ou seja, passou a doar o próprio sujeito. Eis, portanto o significado límpido e claro de “Bem-aventurados os misericordiosos”.

Wagner Braga