No grupo escolar Adhemar Leite, (foto).Na sala de aula, quando fazia o primário, a professora que era tia Luzia Lacerda, pediu aos alunos que trouxesse de casa uma poesia. Os colegas, arrotando conhecimento, trouxeram obras de poetas famosos como Castro Alves, Olavo Bilac e Gonçalves Dias.
Eu como sempre, original e criativo, preferi levar os seguintes versos populares que eu tinha por acaso na mochila da época uma obra intitulada “A chegada de Lampião no Inferno´.
Um cabra de Lampião,
Por nome Pilão Deitado,
Que morreu numa trincheira,
Um certo tempo passado,
Agora pelo sertão,
Anda correndo visão,
Fazendo mal assombrado.
E foi quem trouxe a noticia,
Que viu Lampião chegar,
O inferno nesse dia,
Faltou pouco pra virar,
Incendiou-se o mercado,
Morreu tanto cão queimado,
Que faz pena até contar.
Tia Luzia, religiosa, decepcionada com os meus conhecimentos literários, não gostou nem um pouco da poesia escolhida, e foi reclamar na casa de mamãe que morava pertinho nos correios. Por isso, recebi nota zero, fui retirado da sala, permanecendo um certo tempo de castigo na Diretoria da Escola.
Tavinho Sá Leitão