MARIETA, LUCY E CARÃO TUDO A VER
Eu já falei sobre a flor de Anahí, e até o início do seu saudoso fim, foi exatamente quando surge o restaurante Lacerda de Marieta Lacerda, e Sergio Galdino.
Marieta, foi a precursora do desenvolvimento social em Piancó juntamente com seu filho Sergio Galdino, criaram um bar e restaurante onde toda sociedade poderia participar incluído aí, as moças, os maridos com suas esposas, namorados. Enfim, inovando o novo conceito de laser em Piancó tendo em vista essas pessoas só saírem quando existia festa no Piancó Clube.
Depois do passeio da Praça Salviano Leite até as 9 quando começava a esvaziar tirando de seus passeios noturnos os jovens que queriam paquerar, todos se dirigiam ao restaurante Lacerda que esticava até as “dependendo da frequência que horas”. O restaurante ficava num local estratégico no final da Rua Antônio Brasilino.
Marieta era bastante severa com relação à frequência do pessoal que por lá passavam chegando inclusive a exagerar em determinados casos perdendo com isso a amizade de certos frequentadores assíduos do seu restaurante por acreditar ser aquele radicalismo, ou um mero preconceito, e na verdade era o que coloca em dúvidas até o próprio que voz escreve esse texto. Pessoas de baixa renda, sem família conhecida como falava ela, eram consideradas gentinhas, termos comumente usados por pessoas preconceituosas. Era um ambiente bastante agradável e confortável, tinha um bom cardápio que pôs em pratica inovando, e já tentando com sua inteligência e do filho Sergio superar a flor de Anahí. Com esses ingredientes que começava a ser posto em pratica em bares da cidade, que eram comidas e bebida, uma combinação lógica que Dino Leite deixou escapar nos bons tempos da flor de Anahí.
Só que com o sucesso do restaurante Lacerda, começa a surgir os concorrentes que por sua vez queriam também uma parte da fatia desse bolo criado por Marieta e aí; vem o que ela menos queria.
O Bar de Luci, que ficava exatamente em frente ao seu restaurante, Luci tinha um casal de filhos, era um ambiente popular que combinava com a vontade dos que se rebelaram com Marieta pelo seu radicalismo social.
Era nítida a rixa entre as duas, *Marieta, tinha uma carranca (Carranca é uma escultura com forma humana ou animal, produzida em madeira e utilizada a princípio na proa das embarcações que navegam pelo rio São Francisco. Espalhou-se no Brasil como uma forma de arte popular, sendo vendida em feiras e lojas de produtos artesanais. Não se sabe ao certo se sua origem é negra ou ameríndia, ou se seriam amuletos ou simplesmente ornamentos).
Essa carranca ficava exatamente apontada para o bar de Luci, isso deixava Luci furiosa porque segundo ela era um afronte já que carrranca era coisa de macumba, Marieta dizia que a carranca era pra espantar os espíritos ruins que existia em frente ao restaurante Lacerda, e por ai vai, eu mesmo, fui mensageiro de fuxico de Marieta para Luci e vise versa já que frequentava os dois ambientes.
No bar de Luci tinha como carro chefe uma galinha de capoeira acompanhada de baião de dois ou arroz da terra com batata doce o que poderíamos chamar de comida de primeira com cerveja gelada música, e um verdadeiro show de papo com o popular e imortal folclórico Carão. Mais ou menos às onze horas começava o show ao vivo e de graça. Carão começava a contar as histórias que nos deixavam cansados de tanto rir, ele sentava numa mesa cercado de amigos que subsidiava suas despesas, pois eram poucas já que ele bebia apenas cachaça e geralmente acompanhado de uma fruta da época nunca comia os tira gostos tradicionais, Carão tinha seu dialeto inconfundível já falou em uma de suas colunas o Jornalista Orlando Ângelo sobre isso, e eu volto a falar o mesmo,
Por exemplo: No bar de Luci tinha um som que geralmente Carão quando começava a beber pedia uma música que ele gostava e Luci já sabia qual era.
Dizia ele: ¨ Luci bota pra tocar uma noite timba!!!!!!!!¨ eu perguntei quem catava e ele respondia ¨ Julio Iglesia ¨
Eu perguntava e você gosta?
Ele respondia ¨ Horaaaaaa com um sotaque bem arrastado.
Perneta não pega nem letra home¨!!!!
Uma noite timba a que ele se referia era um refrão da musica (Una noche tibia nos conocimos ) o nome da música era , Recuerdos de ipacaray,
Perneta que ele se referia era Roberto Carlos.
Essa é apenas uma parte do nosso inesquecível Carão
* Desculpem: Devido a minha idade, ando trocando as bolas, segundo meu primo "Yurick" que de logo alertou, a carrancaa ficavava no bar de Luci
Tavinho Sá Leitão
Tavinho vc falou do saudoso carão.lembrei de um fato que aconteceu no cabaré de Zé de Lino.Era noite de São João e ali foram comemorar o casamento , o noite era Tiú de Pedro tenta, a noiva era Socorro pescoção, Carão fazendo o papel do Padre, uma mesa com um copo americano com água simbolizando a água benta. Em dados momento os noivos entraram no salão com testemunhas,Chico Tamborete e sua companheira Montilla, Zacarias e Maria da mancha e etc: que os noivos no pé do altar, carão com suas grandes unhas e bem pintadas, enfiou os dedos no copo e sapriscou a água na cara dos noites e disse; "JÁ QUE VOCÊS TÃO CAZIM, VÃO FAZER BILÚ TETIM.
Meus parabéns por essa matéria informativa. Essas palavras nos faz voltar no tempo.