Tragédia anunciada
No final de abril o mapa do Rio Grande Sul começou a ser tingido de vermelho no sistema do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) , representando alto nível de ocorrências de inundações graduais e bruscas, alagamentos em áreas rebaixadas e desabamentos em encostas. No dia 29, por exemplo, Estrela, Lajeado e Encantado estavam com muito alto risco de inundações. Na sequência, o fenômeno da tragédia anunciada só se intensificou sobre as cidades do Sul do país.
As informações emitidas eram corretas e oportunas, mas não bastam se as políticas públicas não existem ou não têm efetividade há dezenas de anos.
Segundo os especialistas, duas medidas são fundamentais para salvar e proteger vidas nestes casos: sirenes para alterar a população dos riscos iminentes e retirada dos milhões de pessoas que vivem em áreas ribeirinhas e encostas.
Porém, por parte dos governantes pouco ou nada se fez. Há, por exemplo, um plano nacional desde 2016. Os mesmos especialistas afirmam que o plano é muito bom no papel, e está sempre sendo revisado para poder comunicar e criar metas específicas, focado diretamente em questões para atender as pessoas atingidas por catástrofes naturais, mas não foi efetivado pelos ministérios, vamos assim dizer, na escala federal.