Diz que, um belo dia, um matuto bem alegre
chegou numa barbearia juntamente com um menino, os dois para cortar o cabelo.
O Barbeiro, gente mui boa, fez um belo corte no matuto, que já aproveitô pra aparar a barba, enfim, deu um trato geral. Depois de pronto o matuto, chegou a vez do guri. Nisso o matuto pro barbeiro:
Cumpadre, enquanto tu cortas o pixaim do moleque, vou dar um pulo até a bodega de Mané Costa comprar um pedaço de fumo e já tô de volta.
-- Tá bom! -- disse o barbeiro.
Só que o barbeiro terminou de cortar o cabelo do menino e o matuto não apareceu.
espera que teu pai já vem te buscar.
Ele não é meu pai! - disse o menino.
Teu irmão, teu tio, seja lá o que for, senta aí.
-- Ele não é nada meu! -- falou o guri.
Aí o barbeiro perguntou intrigado:
-- Mas quem é o animal então?
-- Não sei! Ele me pegou ali na esquina e perguntou se eu queria cortar o cabelo de graça!
Tavinho Sá Leitão