Os assustados dos anos 60 em minha terra Piancó
As adolescentes eram bem mais recatadas que as de hoje. Os (boêmios) recém
saídos da adolescência, todos sonhando a semana inteira com aqueles sábados,
com aqueles assustados “era assim que se chamava”. Carlos Telesforo era o mais
bonito para raiva dos demais, das meninas, há!!!! Delas não tinha favoritas
todas elas eram bonitas. Cada
fim-de-semana na casa de Bianor Farias, Zé ´Farias, Zé Moreira, Chico Porto, e
outros que não me lembro agora, mas tudo em sistema de revezamento.
Havia a necessidade do ‘esquente’, antes da festa, para ter coragem de tirar as
meninas para dançar. Mas havia, também, a falta de dinheiro, fator que limitava
um ‘esquente’ decente. O jeito era, num só copo, misturar conhaque, cachaça,
rum e um pouco de cerveja e, copo cheio, botar aquelas misturebas pra dentro
deixando o fogo sair pelas ventas.
Pouca coragem, quase nenhum dinheiro. Bom e barato. Nada de beber lenta,
gradual e socialmente. Bastava uma dose e estávamos no ponto para dançar. E
aquelas moças, bonitas e recatadas, aceitavam um convite à dança de um cabra
cambaleante e com um hálito de quem engoliu tudo que não presta misturado com
tudo que também não presta.
Mas os tempos eram outros e aquelas moças dançavam a noite toda com aquela
cambada de cabrinha recém-saído da infância, com todos os hormônios saindo
pelos poros e com todas as catingas saindo pelas bocas. A embalar os sonhos
ouvia-se Paulo Sérgio, Roberto Carlos e, tantas vezes, Renato e seus Blue Caps.
Todos dançavam alegres, festiva e inocentemente bêbados.
Realmente era assim!
Bacana.